terça-feira, 31 de julho de 2012


Nós nunca nos bastamos. Mas dá saudade. Nunca agimos como se realmente necessitássemos um do outro, como se fizéssemos diferença. Eu sempre precisei de alguém que não falhasse a todo o momento, e você gostava infinitamente mais das morenas, quando eu era justamente o oposto. Você sempre reclamou das minhas roupas, do modo como eu arrumava a minha franja mal cortada e do quanto eu falava palavrões, e eu sempre odiei a sua mania besta de sair com os amigos para beber. Não consigo recordar de um fim de semana em que passamos sem discutir. Você me ligava sábado à noite, logo depois de uma briga, e eu me trancava no quarto, obrigando minha mãe a dizer que eu havia saído com minhas amigas. Você odiava saber que eu não estava em casa. Nós nunca estivemos seguros de que estávamos fazendo a coisa certa, digo, que estarmos juntos valia a pena. Tua insegurança sempre imperou entre nós e o meu medo de possivelmente estar perdendo parte de minha vida insistindo em um erro nos abastecia. Eu te queria em silêncio e você me amava em segredo. Nós nunca nos entregamos, nunquinha. E ainda assim, dá saudade.

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